Exposição Crisálidas - Shopping Crystal - Curitiba
1. “Nem homem. Nem mulher. Gente.”Livres e libertários, vestidos com purpurina, saias e cílios postiços, um conjunto de forças masculinas entrava no palco em pleno regime de ditadura militar no Brasil. Dzi Croquettes, grupo de teatro que surgiu na década de 70, no Rio de Janeiro, montava espetáculos musicais com uma enorme dose de ousadia, humor e irreverência.
Apesar de inúmeras apresentações no Rio de Janeiro, São Paulo e Paris, os únicos registros encontrados para a elaboração do filme foram de uma TV pública alemã e algumas cenas de entrevistas da rede Globo, no Brasil.
A iniciativa de levantar a pesquisa e a recuperação desse material salva o grupo do esquecimento e denota a grande importância que os Dzi Croquettes tiveram para a arte, o teatro e a vida de toda uma geração.
Treze homens fortes, másculos e peludos entravam no palco com figurinos glamourosos: saias, sapatos altos, maquiagem carregada e corpos quase nus.
Eram eles: Lennie Dale, Wagner Ribeiro de Souza, Cláudio Gaya, Cláudio Tovar, Ciro Barcelos, Reginaldo de Poli, Bayard Tonelli, Rogério de Poli, Paulo Bacellar, Benedictus Lacerda, Carlinhos Machado, Eloy Simões e Roberto de Rodriguez.
Em poucos anos, foram responsáveis por uma revolução de comportamento, libertando-se de valores morais com relação à masculinidade e feminilidade, em um momento político em que “toda nudez era castigada”.
“Qual é essa mania de classificar?”, dizia um dos integrantes. Criou-se então uma confusão de estereótipos sexuais confundindo inclusive a própria ditadura que não conseguia detectar onde estava exatamente a ameaça do grupo, além dos corpos nus.
Com o espetáculo “Gente Computada
Igual a Você”, de 1972, o grupo fez enorme sucesso no Rio de Janeiro e em São
Paulo. Apresentando números cantados e dançados assim como monólogos e
paródias, os Dzi abusavam da ironia e do duplo sentido. Os textos eram de
autoria de Wagner Ribeiro e o preparo técnico do grupo ficava por conta de
Lennie Dale, coreógrafo norte-americano naturalizado brasileiro. Eles se
auto-denominavam “as internacionais” pela multiplicidade de línguas que
compunham o espetáculo: português, inglês e francês eram as mais utilizadas. E
o humor escrachado permeava todas elas num exercício de extrema liberdade de
linguagem teatral.
Foi criado ainda todo um vocabulário
“croquette”, com algumas palavras tão utilizadas que chegaram a entrar para
dicionário da língua portuguesa como, por exemplo, “tiete”. O nome Dzi
Croquettes foi também escolhido pela via do humor. Inspirado no grupo americano
The Cockettes, fez-se uma alusão aos croquetes que eles estavam comendo no
momento e a sonoridade do artigo the (zê – dzi). Dzi Croquettes. Afinal, como
os croquetes, diziam, somos todos feitos de carne.
Os figurinos incorporavam o lixo com
glamour internacional. Feitos com restos de carnaval, roupas encontradas,
collants desfiados, lantejoulas, meias de futebol, vestidos e fraques, a
composição do vestuário era uma mistura de tons, cores e texturas onde o lixo
virava luxo. Na cena em que eles dançavam “Assim Falou Zaratustra”, de Strauss,
por exemplo, tecidos esvoaçantes ganhavam movimento como asas de Loïe Fuller,
como se fossem mariposas voando pelo palco. O humor estava presente em todo
momento, seja na escolha das músicas, na combinação de movimentos ou nos
textos.
A rigidez técnica e o preparo físico,
exigido por Lennie Dale, no entanto, fazia do grupo bailarinos profissionais. O
trabalho de corpo com base em aulas de jazz e sapateado – ritmos adotados pelos
musicais da Broadway – possibilitava a execução de movimentos limpos e
precisos, o que dava contraponto ao excesso de liberdade corporal e textual.
Visível, por exemplo, no bolero “Dois pra lá dois pra cá”, na voz de Elis
Regina, dançado com rigor técnico e atrevimento.Dzi Croquettes existiu entre 1972 e 1976 e exerceu influência em inúmeros artistas como Secos & Molhados, Ney Matogrosso, Frenéticas, entre muitos outros. Nota-se também a importância que tiveram no âmbito teatral, influenciando grupos como o Teatro Vivencial, de Recife, e toda uma corrente que leva adiante os conceitos de teatro de grupo e criação coletiva. Também o gênero pastelão, caricatura, deboche e comédia de costumes, travestismo e o movimento gay se apoiaram no vigor da presença do grupo. As contaminações disseminavam com velocidade em toda a arte dessa época.
Com a “força do macho e a graça da
fêmea”, slogan da trupe, os Dzi Croquettes passaram como um vento forte
balançando as estruturas. Um lugar onde nada é estático, onde os conceitos se
misturam desorientando classificações. Intensos, magnéticos e ousados, deixam o
recado: “Já que somos todos ignorantes, enlouqueçamos, pois.”
Fontes:
a) Texto: “A força do macho e a graça da fêmea”: Dzi Croquettes by LUCILA VILELA
b) Fotos:
Seleção fotos na internet e montagem by Teo jcteo
c) Livro:
c) Livro:
A Palavra Mágica - A vida cotidiana do Dzi Croquettes
Romery Lobert
"O melhor resultado é quando todos do grupo fazem o melhor para si E para o grupo" (John Nash)
Qualquer ser se sente no céu!
Existem emocionantes viagens...
...Nas mais espetaculares paisagens!
No blog do Teo - jcteo ...
Há coisas perdidas do Beleléu!
Existe uma linda arara azul,
Que voa em seu ombro de Norte a Sul!
No blog do Teo - jcteo ...
Ninguém fica ao léu!
Há um espaço para a cultura...
Com estrelas cheias de doçura!
No blog do Teo - jcteo ...
Há uma bailarina com véu!
Existe o verdadeiro xadrez...
Pois lá a inteligência tem vez.
Existem emocionantes viagens...
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No blog do Teo - jcteo ...
Há coisas perdidas do Beleléu!
Existe uma linda arara azul,
Que voa em seu ombro de Norte a Sul!
No blog do Teo - jcteo ...
Ninguém fica ao léu!
Há um espaço para a cultura...
Com estrelas cheias de doçura!
No blog do Teo - jcteo ...
Há uma bailarina com véu!
Existe o verdadeiro xadrez...
Pois lá a inteligência tem vez.
Luciana do Rocio Mallon
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